segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Entre outras mil, és tu

Eu ligava muito pra Olimpíadas desde o começo dos 1990s. Minhas memórias olímpicas eram todas dessa época, de Hodori a Cobi, de Bem Johnson a Serguei Bubka. Depois, sei lá, também logo comecei o curso técnico em período integra, depois a trabalhar, e nem dei por mim quando já não tinha tempo nem disposição pra acompanhar nada que não fosse o Corinthians (até algumas copas ignorei no caminho, como a de 1998).

Passei esses anos todos vendo as Olimpíadas como uma gincana de luxo, com um monte de gente estranha e esporte esquisito, aquele oba-oba todo que vinha do nada e logo em seguida voltava para lugar algum. Dizia que gostava de atletismo, mas nem isso acompanhava direito.

Mas eis que, nesta Rio 2016, em que eu vinha reticente quanto às capacidades da cidade de montar toda a estrutura a tempo, fui contagiado pelo afã da fã de primeira hora Talita, e acabei me empolgando – ainda que conseguisse acompanhar pouca coisa na #firma – a ponto de fazer um esquema insano para ir ao Rio em um final de semana, com direito a ver o Bolt correr e presenciar uma cerimônia de premiação (arremesso de disco).

E foi emocionante demais, como já havia sido a abertura, como acabou sendo todo o decorrer, e como foi o encerramento ontem. Diferentemente de quando houve a primeira votação do impeachment, naquela aziaga noite de domingo em abril, em que olhamos dentro do abismo e um país abissal nos encarou de volta, as Olimpíadas foram a gente de olhar num espelho e gostar do que vimos, como disse o Renato Paes Leme ontem.

Foi muito bom estar certo a respeito da Copa, como foi bom estar errado a respeito dos Jogos Olímpicos. Apesar de tudo, a gente é um povo muito especial, e é muito legal ser brasileiro.

E por favor alguém traz logo um evento esportivo, qualquer evento, pra cá
. Prometo, enquanto isso, tentar acompanhar pelo menos um pouco de atletismo no dia a dia. ^^