quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Faça uma lista de grandes influências.

Musicais

01. Bono Vox
02. Caetano Veloso
03. George Harrison
04. John Ulhôa
05. Kirk Hammet
06. Lulu Santos
07. Paul McCartney
08. Paulo Ricardo
09. Paul Simon
10. The Edge


Literárias

01. Albert Camus
02. Augusto Dos Anjos
03. Cecília Meireles
04. Clarice Lispector
05. Dante Alighieri
06. Franz Kafka
07. Graciliano Ramos
08. José Régio
09. Luis Fernando Veríssimo
10. Neil Gaiman


Sociopsicofilosóficas

01. Albert Camus
02. Carl Gustav Jung
03. Carl Sagan
04. David Hume
05. Edmond Husserl
06. Émile Durkheim
07. Friedrich Wilhelm Nietzsche
08. Jean-Paul Sartre
09. Rubem Alves
10. Sören Kierkegaard


Pessoais

01. Bono Vox
02. Caetano Veloso
03. Carl Sagan
04. Dom Paulo Evaristo Arns
05. Júlio Lancelotti
06. Luis Inácio Lula Da Silva
07. Marta Suplicy
08. Martin Scorsese
09. Vincent Van Gogh
10. Werner Herzog

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Faça uma lista de grandes músicas.

Meu cânone do metal-podreira-desolador-angustiante-odioso.

01. Coronation Of The Serpent (Rotting Christ)
02. Crestfallen (Anathema)
03. De Mysteriis Dom Sathanas (Mayhem)
04. Det Nye Ryket (Dimmu Borgir)
05. Det Som EnGang Var (Burzum)
06. Dusk And Her Embrace (Cradle Of Filth)
07. Freezing Moon (Mayhem)
08. Fullmoon Madness (Moonspell)
09. Gestern Starb Ich Schon Heute (Bethlehem)
10. Hell's Dwells (Behemoth)
11. Lamentation And Praise (Amen Corner)
12. Lasy Pomorza (Behemoth)
13. Nocturnal Supremacy (Cradle Of Filth)
14. Schatten Aus Der Alexander Welt (Bethlehem)
15. The Cult Of The Pagan Gods (Amen Corner)
16. The Majesty Of The Nightsky (Emperor)
17. The Prophecy (Abigor)
18. To Kill Without Emotion (December Wolves)
19. Snowing Still (Rotting Christ)
20. Velvet Thorns [Of Drynwhyl] (Katatonia)

Faça uma lista de grande contos.

Meus contos preferidos:

01. A Construção (Franz Kafka)
02. A Cor Que Caiu Do Céu (HP Lovecraft)
03. A Formiga Elétrica (Philip K Dick)
04. Com A Morte Na Alma (Albert Camus)
05. Deutches Requiem (Jorge Luis Borges)
06. Ed Mort [todas as histórias] (Luis Fernando Veríssimo)
07. Eróstrato (Jean-Paul Sartre)
08. Frederico Paciência (Mário De Andrade)
09. Impostor (Philip K Dick)
10. Lúcia McCartney (Rubem Fonseca)
11. Morangos Mofados (Caio Fernando Abreu)
12. No Tempo Da Camisolinha (Mário De Andrade)
13. O Búfalo (Clarice Lispector)
14. O Crime Do Professor De Matemática (Clarice Lispector)
15. O Fígado Indiscreto (Monteiro Lobato)
16. O Muro (Jean-Paul Sartre)
17. Os Paradoxos Do Bem (José Régio)
18. Sombras Perdidas No Tempo (HP Lovecraft)
19. Um Artista Da Fome (Franz Kafka)
20. Um Homem De Consciência (Monteiro Lobato)

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Yet we admire this insignificance: oh shameful, pathetic!

[Hi.po.cri.sia, s.f. Manifestação de fingidas virtudes, sentimentos bons, etc. Fingimento, falsidade.]

O Oscar é chato? É, ainda mais com os comentários do Rubens Evald Filho e do José Wilker, patéticos de fraque no estúdio. Mas a festa em si é feita pelo cinema americano e para o cinema americano. E quem diz “ah, eu gosto de cinema, mas não gosto de filmes hollywoodianos” está falando besteira e não entende nada de cinema. Cinema é cinema americano – e essa frase nem é minha, é do Godard. Os ianques inventaram a técnica, construíram a indústria, acumularam os maiores gênios e suas obras-primas e são eles que mantêm a indústria, sem a qual o cinema teria tanto alcance artístico atualmente quanto a xilogravura.

Falando no Rubens, ontem ele soltou duas gafes impagáveis: uma quando Rbert Boyle foi receber o prêmio pé-na-cova, digo conjunto-da-obra, e ele soltou um “Nossa, como ele ‘tá velho, acho que nunca ninguém tão velho recebeu um Oscar”. De uma elegância ímpar, não é? Mas o melhor da noite foi quando do indefectível clipe com os melhores filmes das edições anteriores, ocasião (assim como em qualquer outra coletânea de imagens fílmicas) em que o Rubens aproveita pra ficar desesperado dizendo os nomes, tentando acompanhar as imagens, na tentativa de mostrar olha-como-eu-sou-foda-e-sei-tudo. Mas como esse clipe específico tinha legenda com ano e nome dos filmes, restava a ele tentar repetir o título em português sibilar com língua bifurcada coisas como “Braveheart, Coração Valente, prêmio discutível” (detalhe que ele não disse nada de bombas como Shakespeare Apaixonado ou O Paciente Inglês, mas enfim...); e foi hilariante quando apareceu a Hillary Swank socando uma pêra com a legenda “2003 – A Million-Dollar Baby” e nosso inefável crítico se embananou e falou “Dois mil e três... Garota Dourada....”. Fiquei imaginando ela, o Clint e o Morgan ao som de Rádio Taxi, todos de mullets e paletós de ombreira.

Também não entende nada de cinema quem alardeia todo ano nos jornais que “o Oscar está mais político” só porque têm sido premiados filmes como Crash – No Limite e Onde Os Fracos Não Têm Vez. Na verdade desde que Midnight Cowboy foi premiado que nenhum filme realmente contundente foi contemplado com um Oscar. Filmes como Beleza Americana e Crash são domesticados, são meros arranhões na superfície de coisas muito mais horríveis. Ou alguém discorda de que Brokeback Mountain era muito mais filme e não foi premiado porque os velhinhos judeus da academia não queriam saber de caubóis queimando a rosca? Nem vou mencionar o caso Taxi Driver + Todos Os Homens Do Presidente x Rocky, né. O dia em que algum filme do Danny Boyle, do Cronenberg ou do David Fincher ganhar Oscar de melhor filme, aí a gente conversa.

Não tenho mais paciência pra isto: quem acha que Tropa De Elite é fascista não sabe direito nem o que é fascismo, nem o que é cinema – e tenho dito. Aliás o filme foi tão mal compreendido pela sociedade, tanto de esquerda quanto de direita, que cai no assunto do post anterior, sobre os estereótipos. As pessoas vão ao cinema (ou ao DVD piratão) já com opiniões de_formadas com base em disse-que-disses e nos próprios preconceitos. E é engraçado como cada época tem seu xingamento desmoralizador-símbolo, aquele que as pessoas usam quando querem rotular algo com o qual não querem nem discutir. Já foi, mais ou menos nesta ordem, pagão, leproso, bruxo, pestilento, herege, judeu, nazista, comunista... agora é fascista. Talvez poderiam xingar o filme de emo também.


***

PS: dupla filhadaputagem... o Paraguai querendo dar uma de Bolívia, tentando rever contratos de cessão dos direitos de Itaipu (que eles não usam porque sequer têm capacidade, por isso cederam a energia a que teriam direito), como se estivessem sendo explorados (no caso da Bolívia era diferente, o Brasil pagava uma mixaria mesmo) ao passo que eles contribuem com o Brasil enormemente com a indústria da falsificação, do contrabando e da bandidagem (com carros roubados aqui e desmanchados lá). E nosso governo ainda anuncia medidas de infra-estrutura para ajudar o país-irmão. Eu falo que às vezes o Governo Lula é muito bunda-mole. Ah, e a filhadaputagem parte dois é a discriminação que os brasileiros têm sofrido para entrar na Inglaterra, coisa que se estende ao resto a Europa e não só a nós, mas aos imigrantes principalmente do norte da África. É um sistema tão hipócrita que, assim como fazem no EUA, o próprio sistema demagogicamente rígido oferece as brechas para que seja burlado. Afinal, alguém, nesses países tão nobres e ricos, precisa ser chapeiro do Burger King, limpador de bueiro e garçom, não é? Os europeus parecem se esquecer que, assim como os japoneses, vieram como retirantes paraibanos mendigar subemprego aqui nas épocas de guerra. É a mesma coisa de os paulistas (sempre eles) destilarem preconceito contra os nordestinos, quem em verdade construiu não só a cidade, mas o país.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

What is imagination if not the trigger to pure Hell?

"Os estereótipos são numerosos. Os grupos étnicos são estereotipados, os cidadãos de outras nações e religiões são estereotipados, os gêneros e as preferências sexuais são estereotipados, as pessoas nascidas em várias épocas do ano são estereotipadas (astrologia solar) e as ocupações são estereotipadas. A interpretação mais generosa atribui esse modo de pensar a uma espécie de preguiça intelectual: em vez de julgar as pessoas pelos seus méritos e deficiências individuais, nós nos concentramos em uma ou duas informações a seu respeito, que depois inserimos num pequeno número de escaninhos previamente construídos. Isso poupa o trabalho de pensar, embora em muitos casos custe o preço de cometer uma profunda injustiça." (Carl Sagan, O Mundo Assombrado Pelos Demônios)

Já se pegou tendo que explicar os maiores absurdos, tipo pegando na mão de gente que teve e tem acesso fácil à cultura, e mostrando, com paciência mais que paterna, quase eclesial, que “olha, não é bem assim, isso é achismo seu, não tem fundamento algum, não se deixe levar pelo senso-comum, questione as coisas que estão arraigadas na sociedade como se fossem verdades irrefutáveis”.

Falta senso crítico, falta autocrítica, falta questionamento honesto e independente. Não bastam aqueles métodos “como ler um livro”, e sim como pensar no que foi lido e em todas as outras coisas que há. Parece tanta preguiça de sair dos confortáveis lugares-comuns habitados por clichês e preconceitos.

E o mundo dessas pessoas de classe média, tão preparadas desde a infância para formar a elite que conduziria o país sob a égide da Nova República, acaba se melindrando ao ver que o Diabo é mais feio in loco do que na pintura.

Ouve-se de tudo: Caetano Veloso é metido, pobreza não tem a ver com violência, a Marta é perua, qualquer remédio com álcool faz mal, brasileiro é preguiçoso, gays e negros cometem mais preconceito do que sofrem, cotistas vão mal na universidade, positivismo e psicanálise têm resposta para tudo, astrologia funciona, ateus têm crença, etc.

Por isso, por essa preguiça de pensar, de enfrentar os preconceitos da própria cabeça, que as pessoas insistem, ainda hoje, em justificar comportamentos escrotos com base em factóides, em memes tão absurdos (como as teorias de Lombroso, The Bell Curve ou os Protocolos de Sião, além de textos bíblicos descontextualizados) que só se propagaram pela vontade das pessoas em se apegar a qualquer coisa para não enfrentar a verdade, para não ter que amadurecer, não ter que lutar conta o desconforto de se descobrir anacrônico, ridículo, limitado.

Assim as pessoas se apegam aos clichês que dão a falsa impressão de conforto, de segurança. Afinal, o mundo lá fora, com tantas verdades que insistem em contrariar nossas crenças, é deveras perigosos, não é mesmo? Queima as mãos... e a gente passa adiante, de geração pra geração.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A mais triste nação

As coisas não vão (se é que já foram) bem: os bandidos estão cada vez mais organizados e perigosos (tem ladrão até de peixe-grande); penso em chamar a polícia, mas nem sei mais quem é pior dos dois lados; Talvez uma mobilização social, mas... deixa pra lá.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Eternidades da semana

Essa história do PM linchado em Garulhos tá mal contada, preciso de mais informações a respeito. Mas é claro que também não deve ser fácil a vida de um pobre coxinha pobre, com essa violência toda, a despeito de o governo estadual maquiar os números para dar a impressão de que estamos morando na Suíça (se bem que até lá tem saldão de obras de arte). Enquanto isso, presos são soltos sem a menor chance de se reintegrarem à sociedade.

[Na verdade, a polícia, especialmente a militar, é algo tão falido, anacrônico e inútil que eu queria saber se, além da grana (pouca, mas é emprego, né) e do fascínio pelo poderzinho da roupa de rato cinza, se há algo que motive alguém a ser policial.]

E a coisa ta feia não só aqui em São Paulo, mas em Minas Gerais, com as incríveis prisões do Aécio Neves, e no Mato Grosso do Sul, com o governador estadual autorizando o faroeste e com a crentalha enchendo o saco dos índios.

Enquanto o governo federal segue seu trabalho, o PIG segue inventando crises – valeu qualquer coisa –, aproveitando de que, até hoje, o PT sempre foi bundão. A novidade do momento é o jornalismo tapioca, com manual de procedimento e tudo. Só que tapioca que bate em Chico também bate em Francisco. E a imprensa segue ladeira abaixo, ad infinitum.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Segure o meu pierrô molhado!

[00h25min]

Jamais pulei Carnaval; embora tenha curiosidade pelo de Olinda, tanto pelas construções históricas quanto pelo frevo (tradicional ou elétrico) e pelo caráter (creio que ainda) genuinamente popular e democrático da festa, ao contrário dos tradicionais festejos soteropolitanos e cariocas, por exemplo, onde pretos trabalham o ano inteiro e mais na festa enquanto os brancos ricos se divertem apartados (e apertados).

Imagino que uma bateria de escola de samba (bem tocada) ao vivo, além de uma puta barulheira do caralho, seja uma experiência única (para o bem e para o mal, acho). Porém, à maneira da raves, esse negócio de gente chapada com risos horríveis e idiotas, numa alegria forçada e incompleta, daquelas de dar cãibras, me desanima.

Parece que você é obrigado a ficar feliz, a despirocar, seja cantando os surreais sambas-enredo que misturam Maurício de Nassau, Marco Pólo, Napoleão e noz-moscada, seja se agarrando sem nenhum critério numa micareta, seja fingindo que admira sem obrigações todas as manifestações folclóricas chatas, seja “fritando” de tanta droga sintética ao som de música tão ruim que ninguém se arrisca a curtir de cara limpa nos lamaçais interioranos.

Não “odeio” Carnaval, apenas tento ignorá-lo, visto que não me diz respeito em nenhum respeito. Mas confesso a dificuldade, não só porque há uma escola de samba furreca batucando desordenadamente, até alta madrugada, perto de casa, mas também porque surge aquela obrigatoriedade, aquela intimação social a tomar algum partido – ou cair na folia, ou se esconder dela, ou maldizê-la, como é no Natal e no Ano-Novo. Não posso apenas aumentar o som de casa para não ouvir os atabaques e simplesmente passar os dias como fossem d’um feriadão qualquer, sem nem empurrar carro alegórico de branco rico, nem fazer segurança de gringo rosa com abadá, nem vestir camisa de “Odeio Carnaval”? Sou sempre obrigado a ser binário, ou isto ou aquilo, a encarnar ou me indignar? Qual a importância disso tudo?

[00h40min]