quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

De modo que a vida é um circo de feras.

Estudando História da Arte, como qualquer outra coisa, costumo fazer associações um tanto automáticas que são tão idiossincráticas que me envergonham um pouco, por mais que possam fazer sentido; por isso as mantenho na mente ou, se muito, no papel do inconfessável. Ver, n’A Dança, de Matisse, os ornamentos de uma ânfora grega com seus motivos pagãos e olímpicos, por exemplo, assim como o mesmo pintor curva o espaço-tempo em Natureza-Morta Em Vermelho De Veneza (1908) – não achei reprodução dessa porra na net –, três anos após Einstein formular a célebre Teoria Da Relatividade. Teoria esta que, segundo minha professora (chata) de História Da Arte na faculdade, também influenciou o Cubismo na representação de todas as perspectivas do mesmo plano, já que o tempo-espaço podia ser deformado pela gravidade e as viagens no tempo eram teoricamente possíveis, tornando todas as perspectivas possíveis de serem vistas por um observador de fora do sistema.

Mas, vejam só, virando mais uma página do livro que estou lendo, vejo que a obra citada no começo realmente remete “aos combates dos gregos e das amazonas de 5 a.C.” e “às moças exercitando-se nos Jogos [Olímpicos] do século 2”. Vejo também que, em outras obras, Matisse não ignorou as Olimpíadas de 1900 em Paris.

Devo me regozijar por não ser tão absurdamente louco ou lamentar a falta de originalidade do meu pensamento quanto à pintura easy-viewing de Matisse [nada a ver com seu apelido de fauve (fera)]?

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