Seria este mais um post tumular sobre enterro, tristeza, distância e “frialdade inorgânica da terra”, não fosse a Veridiana, sem saber, me demover disso. Então vou falar do meu tio vivo, não morto. Afinal, morto, não é mais ele. Tiozão topetudo, vermelho de goró, fanático por armas, daqueles que há em toda família: toma todas, faz piada sem graça nas reuniões de família e fica enchendo o saco dos moleques, pegando no pinto e falando E AÍ JÁ TÁ SOLTANDO PORRINHA?, além de contar lorotas e tocar viola caipira. Umbandista-católico (é, né), tinha uma maritaca que falava É O PAI, É O PAI quando ele chegava e cantava Fuscão Preto. Tinha a esposa com mais cara de TIA (no melhor sentido da palavra), filhos tosqueira que me ensinaram muita porcaria (ah, os primos mais velhos), matou os cisticercos do cérebro à base de cachaça (!), petrificando os bichinhos, e ainda gravou um disco, sob a alcunha LARGA BRASA, num LP épico que tinha ~ EU DIGO QUE SIM NINGUÉM DIZ QUE NÃO EU DIGO QUE OSASCO É A CIDADE-SENSAÇÃO ~. Preciso dizer mais? MITO!
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