sábado, 23 de junho de 2012

Cavaleiro De Jorge Sem Medo Nenhum ou Ah O Ópio De Ser Outra Pessoa Qualquer!


E assim chegou o a noite do dia mais importante da década para o Corinthians.

Depois da arbitragem extremamente caseira na primeira partida contra o Emelec – a qual os pseudocríticos da imprensa reagiram como “Libertadores é assim mesmo”.

Depois da falsa polêmica no primeiro jogo contra o Vasco – criada pela incompetente e cariocólatra Fox Sports e alimentada pelas azêmolas Mauro Cézar Pereira, Milton Neves e Cosme Rímoli –, quando o R7 fez até um quizz sobre "polêmicas do Corinthians com arbitragens".

E assim a imprensa foi alimentando o filão anti-/secador: o Corinthians nunca venceu o Emelec (só havia jogado uma vez contra, mas beleza), o Corinthians nunca venceu um campeão da Libertadores, o Corinthians nunca venceu um jogo na Vila Belmiro com gol de um jogador que possui macaca de estimação. No dia do segundo jogo contra o Vasco, por exemplo, havia seis matérias sobre o Timão no Uol, e todas, eu disse TODAS, eram negativas.

E assim chegamos ao primeiro jogo contra o Santos. A imprensa inteira já colocava o time da Baixada na final. Era favorito, era o futebol-arte, o Corinthians ia tremer, ninguém ia segurar o Neymar. Este, aliás, já dizia sonhar com uma final contra o Boca, para repetir o feito de Pelé, 50 anos antes.

A torcida do Santos, que já havia atirado ovos no ônibus do time na terça, jogado rojões dentro do campo quando o Corinthians estava reconhecendo o campo e soltado fogos em três turnos perto do hotel onde estava o timão, se comportou exatamente como os bolivianos que tanto criticou, jogando de copo d’água capacete da PM (!) no campo, usando os proibidos sinalizadores, apagando as luzes quando os goleiros foram se aquecer e usando, de um prédio das imediações, laser na vista do goleiro Cássio. Cuspiram no Tite.

Em campo, mais uma arbitragem vergonhosa:

- Logo no primeiro lance, Ganso chuta Alex e o árbitro marca fala (perigosíssima) para o Santos.

- Emerson Sheik sofre falta, quase pênalti, do ladinho da área, e o Juizão dá... tiro de meta! Peraí, ou foi falta ou foi escanteio, certo?

- Durval pisa em Jorge Henrique e fica por isso mesmo.

- Neymar dá pontapé em Castán e leva só amarelo. Devia ter sido expulso, mas claro que o juiz não ia expulsar o Queridinho, né.

- Sheik leva o segundo amarelo por fazer falta em um jogador que devia ter sido expulso no lance anterior.

- Apaga a luz misteriosamente quando o Alex estava atacando. Em toda a minha vida eu jamais vi algo tão patético e varzeano (com perdão à várzea, que é muito mais respeitosa).

Depois do jogo, Neymar falou que só um time jogou. Ganso disse que o Corinthians “achou um gol”. Laor, chorão, disse que o Corinthians estava sendo beneficiado por Mano Menezes (?!).

Segundo jogo, fatura liquidada, Neymar e Ganso insistiram que o Corinthians era retranqueiro, que fez gol na sorte e que o time havia dominado a partida. Muricy, idem. Na imprensa, nenhuma bateção de bumbo sobre a arbitragem, sobre a várzea que foi a Vila Belmiro, nadinha.

E assim o pânico dos rivais, secadores e antis vai aumentando. Serão dois jogos incríveis contra os xeneizes.

* * *

Agora deixa eu explicar qual a diferença entre o secador (o que todo torcedor de verdade tem a obrigação de ser) e o anti.

O anti, pra começar, não torce pro time dele. Ele torce contra o Timão. Na verdade, nem precisa ter um time: quantas pessoas não dizem por aí “ah eu torço contra o Corinthians”.

O anti é o são-paulino ou palmeirense que, numa semifinal Corinthians e Santos, torce para este em vez de desejar que caia um meteoro sobre o estádio.

É o são-paulino que eixo de acompanhar seu time na Copa do Brasil para tuitar xingamentos ao Corinthians contra o Emelec (e eu presenciei isso).

É o cara que sai de casa para ir a um bar cheio de corinthianos só para provocar (presenciei isso na estreia contra o Táchira, e quase saiu briga).

É o santista que apareceu na Globo, indo pra Montevidéu ver seu time na final da Libertadores, com uma faixa "chupa gambá".

É a torcida são-paulina que, em, Curitiba, com seu time jogando, ficou gritando que “Libertadores o Corinthians não tem” ou coisa assim (deu no Lance! isso).

É o flamenguista, botafoguense ou fluminense que torceu pelo Vasco.

É o cara que, na onda do Galvão Bueno, odeia argentino, mas torcerá pelo Boca (em vez de, novamente, desejar uma hecatombe nuclear nos dois jogos).

É o R7, o Uol e os comentaristas babacas que, por birra da Globo (que dá cartaz ao SCCP porque dá audiência) ou para explorar o filão secador/anti, inventam factoides, tabus e bobagens sobre o Corinthians a cada semana.

Acho que agora não dá mais pra usar aquele argumento das camisas Corinthians-Boca e Corinthians-Manchester como desculpa, né, tá tudo explicadinho aqui. Secar é dever cívico, ser anti é algo patético.


E vai Corinthians.
Que venha o Boca.