E assim chegou o
a noite do dia mais importante da década para o Corinthians.
Depois da
arbitragem extremamente caseira na primeira partida contra o Emelec – a qual os
pseudocríticos da imprensa reagiram como “Libertadores é assim mesmo”.
Depois da falsa
polêmica no primeiro jogo contra o Vasco – criada pela incompetente e
cariocólatra Fox Sports e alimentada pelas azêmolas Mauro Cézar Pereira, Milton
Neves e Cosme Rímoli –, quando o R7 fez até um quizz sobre "polêmicas
do Corinthians com arbitragens".
E assim a
imprensa foi alimentando o filão anti-/secador: o Corinthians nunca venceu o
Emelec (só havia jogado uma vez contra, mas beleza), o Corinthians nunca venceu
um campeão da Libertadores, o Corinthians nunca venceu um jogo na Vila Belmiro
com gol de um jogador que possui macaca de estimação. No dia do segundo jogo contra o Vasco, por
exemplo, havia seis matérias sobre o Timão no Uol, e todas, eu disse TODAS,
eram negativas.
E assim chegamos
ao primeiro jogo contra o Santos. A imprensa inteira já colocava o time da
Baixada na final. Era favorito, era o futebol-arte, o Corinthians ia tremer,
ninguém ia segurar o Neymar. Este, aliás, já dizia sonhar com uma final contra
o Boca, para repetir o feito de Pelé, 50 anos antes.
A torcida do Santos,
que já havia atirado ovos no ônibus do time na terça, jogado rojões dentro do
campo quando o Corinthians estava reconhecendo o campo e soltado fogos em três
turnos perto do hotel onde estava o timão, se comportou exatamente como os
bolivianos que tanto criticou, jogando de copo d’água capacete da PM (!) no
campo, usando os proibidos sinalizadores, apagando as luzes quando os goleiros
foram se aquecer e usando, de um prédio das imediações, laser na vista do
goleiro Cássio. Cuspiram no Tite.
Em campo, mais uma
arbitragem vergonhosa:
- Logo no primeiro
lance, Ganso chuta Alex e o árbitro marca fala (perigosíssima) para o Santos.
- Emerson Sheik
sofre falta, quase pênalti, do ladinho da área, e o Juizão dá... tiro de meta!
Peraí, ou foi falta ou foi escanteio, certo?
- Durval pisa em
Jorge Henrique e fica por isso mesmo.
- Neymar dá pontapé
em Castán e leva só amarelo. Devia ter sido expulso, mas claro que o juiz não
ia expulsar o Queridinho, né.
- Sheik leva o
segundo amarelo por fazer falta em um jogador que devia ter sido expulso no
lance anterior.
- Apaga a luz
misteriosamente quando o Alex estava atacando. Em toda a minha vida eu jamais
vi algo tão patético e varzeano (com perdão à várzea, que é muito mais
respeitosa).
Depois do jogo, Neymar
falou que só um time jogou. Ganso disse que o Corinthians “achou um gol”. Laor,
chorão, disse que o Corinthians estava sendo beneficiado por Mano Menezes (?!).
Segundo jogo,
fatura liquidada, Neymar e Ganso insistiram que o Corinthians era retranqueiro,
que fez gol na sorte e que o time havia dominado a partida. Muricy, idem. Na imprensa, nenhuma bateção de bumbo sobre a arbitragem, sobre a várzea que foi a Vila Belmiro, nadinha.
E assim o pânico
dos rivais, secadores e antis vai aumentando. Serão dois jogos incríveis contra os xeneizes.
* * *
* * *
Agora deixa eu
explicar qual a diferença entre o secador (o que todo torcedor de verdade tem a
obrigação de ser) e o anti.
O anti, pra
começar, não torce pro time dele. Ele torce contra o Timão. Na verdade, nem
precisa ter um time: quantas pessoas não dizem por aí “ah eu torço contra o
Corinthians”.
O anti é o
são-paulino ou palmeirense que, numa semifinal Corinthians e Santos, torce para
este em vez de desejar que caia um meteoro sobre o estádio.
É o são-paulino que
eixo de acompanhar seu time na Copa do Brasil para tuitar xingamentos ao
Corinthians contra o Emelec (e eu presenciei isso).
É o cara que sai de
casa para ir a um bar cheio de corinthianos só para provocar (presenciei isso
na estreia contra o Táchira, e quase saiu briga).
É o santista que apareceu na Globo, indo pra Montevidéu ver seu time na final da Libertadores, com uma faixa "chupa gambá".
É o santista que apareceu na Globo, indo pra Montevidéu ver seu time na final da Libertadores, com uma faixa "chupa gambá".
É a torcida são-paulina que, em, Curitiba, com seu time jogando, ficou gritando que “Libertadores o Corinthians não tem” ou coisa assim (deu no Lance! isso).
É o flamenguista,
botafoguense ou fluminense que torceu pelo Vasco.
É o cara que, na
onda do Galvão Bueno, odeia argentino, mas torcerá pelo Boca (em vez de,
novamente, desejar uma hecatombe nuclear nos dois jogos).
É o R7, o Uol e os comentaristas
babacas que, por birra da Globo (que dá cartaz ao SCCP porque dá audiência) ou
para explorar o filão secador/anti, inventam factoides, tabus e bobagens sobre
o Corinthians a cada semana.
Acho que agora não
dá mais pra usar aquele argumento das camisas Corinthians-Boca e
Corinthians-Manchester como desculpa, né, tá tudo explicadinho aqui. Secar é
dever cívico, ser anti é algo patético.
E vai Corinthians.
Que venha o Boca.
Que venha o Boca.