Eu sempre soube que a Copa seria demais, que seria um sucesso, e poucas vezes fiquei tão feliz por estar certo desde o início. Jamais escorreguei no chorume despejado pela imprensa (e pelos comentaristas de portal) de que o evento seria uma hecatombe, ou na conversa dos amigos cabisbaixos que achavam que ‘não haveria clima’.
Afinal, mesmo com os desmandos da Fifa, e certas posturas altamente questionáveis do governo brasileiro, eu amo futebol, amo Copa, e não havia a menor possibilidade de eu não achar o máximo tudo isso. Tinha certeza de que, assim que as seleções e os turistas começassem a chegar, os tais ventos copeiros soprariam por estas paragens.
E assim foi: não houve quem não se empolgasse quando esse pessoal chegou. E gente que normalmente só reclama de futebol, e se acha politizadíssimo porque não gosta do nobre esporte bretão, que julgam alienante, lá estavam gritando pelo Neymar, O Júnior.
Até o Fuleco foi libertado da injusta birra que o povo tinha com ele e tornou-se, aos olhos de todos, o que ele é: um mascote muito do maneiro (pena que apareceu tão pouco), e provavelmente o mais simpático desde Pique, a pimenta mexicana de 1986.
Não fui a nenhum jogo: quando havia ingresso, eu não tinha dinheiro, e quando havia dinheiro, não tinha mais ingresso. Vi jogos na tevê de casa, dos amigos ou do trabalho, ouvi alguns pelo rádio quando em trânsito, e descobri na Fan Fest (exceto em jogos do Brasil) um espaço seguro e democrático, com cerveja meio cara, porém bem gelada, em pleno Centrão de São Paulo, para ver os jogos, zoar, cantar e se divertir com turistas de toda parte e paulistanos dando uma escapulida do serviço no horário de almoço (ou passando lá após o expediente).
Falando em turistas, em gringos, estes foram um caso à parte: paulista já se sente meio caipira nessas situações porque, ao contrário do Rio de Janeiro, nosso turismo é essencialmente de negócios (creio que isso vai mudar depois dessa Copa); para mim, cujas experiências internacionais se resumem a Ciudad del Este, Puerto Iguazú e Osasco, ver gente de tantos países, da Índia ao Canadá, passando por Marrocos, Irlanda e Venezuela, além de representantes de todos os países participantes do torneio, os passeios foram algo entre a cantina de Mos Eisley e a Ilha da Fantasia (pacote completo,com Montalbán e Villechaize).
E o brasileiro (mesmo com as rusgas, justas e injustas, com os argentinos) reconheceu nos torcedores-turistas latinos a proximidade latina, se reconheceu naquelas pessoas, viu que não somos uma ilha por acaso no meio do Mercosul. E mesmo os aparentemente tão diferentes, como os americanos e ingleses, também beberam, torceram e se divertiram.
Descobriu-se, que, no final das contas, era irrelevante se a seleção brasileira era uma porcaria: havia outras 31 escretes para nos proporcionar um monte de jogos épicos e algumas peladas divertidas. Foi a Copa do meme, do chiste, o auge do nosso humor autodepreciativo que se equilibra tropegamente entre o vira-latismo e o pachequismo.
E isso contagiou todas as equipes (exceto a nossa, que preferiu chorar por qualquer coisa), sobretudo a campeoníssima Alemanha. Tivemos de Drogba encontrando seu ‘afilhado’ Drogbinha a jogador de Camarões fugindo da concentração para ir ao Mc Donald’s, passando pelos holandeses caírem na farra e numa noite e só voltarem às onze da manhã do dia seguinte.
Não éramos simplesmente o país do futebol (nem acho que somos, na verdade). Mas o futebol era o mundo (o mundo era o futebol), e era aqui. E não há protesto, oposição, articulista mal humorado ou técnico estúpido que nos tire isso. Teve razão quem foi feliz.
Afinal, mesmo com os desmandos da Fifa, e certas posturas altamente questionáveis do governo brasileiro, eu amo futebol, amo Copa, e não havia a menor possibilidade de eu não achar o máximo tudo isso. Tinha certeza de que, assim que as seleções e os turistas começassem a chegar, os tais ventos copeiros soprariam por estas paragens.
E assim foi: não houve quem não se empolgasse quando esse pessoal chegou. E gente que normalmente só reclama de futebol, e se acha politizadíssimo porque não gosta do nobre esporte bretão, que julgam alienante, lá estavam gritando pelo Neymar, O Júnior.
Até o Fuleco foi libertado da injusta birra que o povo tinha com ele e tornou-se, aos olhos de todos, o que ele é: um mascote muito do maneiro (pena que apareceu tão pouco), e provavelmente o mais simpático desde Pique, a pimenta mexicana de 1986.
Não fui a nenhum jogo: quando havia ingresso, eu não tinha dinheiro, e quando havia dinheiro, não tinha mais ingresso. Vi jogos na tevê de casa, dos amigos ou do trabalho, ouvi alguns pelo rádio quando em trânsito, e descobri na Fan Fest (exceto em jogos do Brasil) um espaço seguro e democrático, com cerveja meio cara, porém bem gelada, em pleno Centrão de São Paulo, para ver os jogos, zoar, cantar e se divertir com turistas de toda parte e paulistanos dando uma escapulida do serviço no horário de almoço (ou passando lá após o expediente).
Falando em turistas, em gringos, estes foram um caso à parte: paulista já se sente meio caipira nessas situações porque, ao contrário do Rio de Janeiro, nosso turismo é essencialmente de negócios (creio que isso vai mudar depois dessa Copa); para mim, cujas experiências internacionais se resumem a Ciudad del Este, Puerto Iguazú e Osasco, ver gente de tantos países, da Índia ao Canadá, passando por Marrocos, Irlanda e Venezuela, além de representantes de todos os países participantes do torneio, os passeios foram algo entre a cantina de Mos Eisley e a Ilha da Fantasia (pacote completo,com Montalbán e Villechaize).
E o brasileiro (mesmo com as rusgas, justas e injustas, com os argentinos) reconheceu nos torcedores-turistas latinos a proximidade latina, se reconheceu naquelas pessoas, viu que não somos uma ilha por acaso no meio do Mercosul. E mesmo os aparentemente tão diferentes, como os americanos e ingleses, também beberam, torceram e se divertiram.
Descobriu-se, que, no final das contas, era irrelevante se a seleção brasileira era uma porcaria: havia outras 31 escretes para nos proporcionar um monte de jogos épicos e algumas peladas divertidas. Foi a Copa do meme, do chiste, o auge do nosso humor autodepreciativo que se equilibra tropegamente entre o vira-latismo e o pachequismo.
E isso contagiou todas as equipes (exceto a nossa, que preferiu chorar por qualquer coisa), sobretudo a campeoníssima Alemanha. Tivemos de Drogba encontrando seu ‘afilhado’ Drogbinha a jogador de Camarões fugindo da concentração para ir ao Mc Donald’s, passando pelos holandeses caírem na farra e numa noite e só voltarem às onze da manhã do dia seguinte.
Não éramos simplesmente o país do futebol (nem acho que somos, na verdade). Mas o futebol era o mundo (o mundo era o futebol), e era aqui. E não há protesto, oposição, articulista mal humorado ou técnico estúpido que nos tire isso. Teve razão quem foi feliz.