sexta-feira, 9 de maio de 2008

Só dizem o que dizem: o bem e o mal.

[“Talvez não exista nada no mundo que seja tão importante para mim como esse sentimento de aventura. Mas ele vem quando quer; desaparece tão rapidamente! Como fico seco quando ele me deixa. Far-me-á essas curtas visitas irônicas para me mostrar que minha vida é um fracasso?”] [Jean-Paul Sartre, A Náusea]

E então de quem você nem espera nada te decepciona. Mas o que leva as pessoas a uma vida tão vazia a ponto de a razão de ser delas tornar-se a conspiração e a maledicência. Gente esquisita / Normalmente incompetente / Normalmente inconsistente / Normalmente inconseqüente / Fica pelos cantos / Fala mal de todo mundo. Gente que faz da tristeza dos outros a própria alegria, pensando que usa os outros impunemente, sem que estes percebam. Pessoas de alma bem pequena / Remoendo pequenos problemas / Querendo sempre aquilo que não têm. Mais que injustiçados pela vida, que não lhes concede a plena felicidade e os sonhos realizados, e pela História, que não lhes absolve como pessoas geniais e incompreendidas pela massa medíocre, eles se acham mais espertos, mais correto, mais diretos. Eis que eles sabem o dia de amanhã / Eles sempre falam num dia de amanhã / Eles têm cuidado com o dia de amanhã / Eles cantam os hinos no dia de amanhã / Eles tomam bonde no dia de amanhã / Eles amam os filhos no dia de amanhã / É que eles têm medo do dia de amanhã. Seguram escorpiões nas mãos e acham que não serão envenenados. É de dar pena, e isso é pior que a morte – ser digno tão-somente de dó, sequer escárnio, apenas compaixão, de tão patéticos que são esses pobres-diabos ricos.

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