segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Hollow-hearted, heart-depart

[Texto escrito de supetão, e, logo, passível de incongruências, inverdades... e de ser uma porcaria mesmo.]

Pensando em um amigo e no pai de outro amigo que morreram (coincidentemente, ambos de infarto) no final-de-semana frio e chuvoso, revendo a solidão de Travis Bickle em Taxi Driver, os desencontros e a tristeza dos personagens de Dolls, lutando contra meus males do corpo e do espírito, e fazendo um check-up desajeitado das pessoas que entraram na minha vida e saíram dela este ano – algumas fizeram ambas as coisas em 2008 mesmo – pensei em como todo mundo idealiza a vida como um dom sagrado ou se faz de mártir com ela servindo de cruz, o que é a mesma coisa, só que com o sinal trocado; obrigação de ser feliz ou tentativa contínua de ficar triste, ou de parecer um ou outro. Não faz diferença, na verdade, sena nos entregando as pessoas ou apenas as usando – e todo mundo usa enquanto finge se entregar. Qual personagens de Genet ou Caio Fernando Abreu, estamos à deriva, e muito pouco podemos fazer ante às contingências. E, mesmo assim, infelizmente, somos responsáveis por nossos inevitáveis fracassos. Todo mundo é parecido quando sente dor; depois, se julga individual.

[É, ficou uma porcaria mesmo.]

2 comentários:

majv disse...

não tá uma porcaria, pelo menos as última 4 frases.

gostei muito do texto de baixo, tá muito bom, me lembra as melhores partes dos teus livros.

Rose Carreiro disse...

O Nando Rei diz que "a gente só não inventa a dor". De resto, a gente é que assume o erro ou se faz de vítima mesmo.

E não ficou uma porcaria.