quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sad wings of destiny

[17h40min] A tristeza é contagiante, empolga nossos inimigos. Contagiosa,e entristece junto as pessoas que nos amam. A tristeza é leal, jamais nos abandona e está conosco especialmente quando não precisamos dela, para dar aquele conforto tanto de quem sente falta da auto-indulgência quanto de quem não se contenta com o riso horrível do idiota. A tristeza é fiel, sempre retorna ao nosso lar, por vias direitas e avessas, retas e tortas, por nossa própria boca ou pela das outras pessoas. A tristeza é linguagem indizível. Indivisível. Mesmo assim há para todos, cada um com a sua, mas interagindo com a de outrem. A tristeza é democrática, não discrimina, muito embora trate com mínimo desdém quem finge que ela não existe, somente para se apossar da alma estúpida. Não é parasita, nós é que insistimos em habitar seus domínios pretendendo passar incólumes. A tristeza é acolhedora num abraço de engolir infinitos na escuridão à luz do dia. No início era o verbo, e esse era entristecer(-se). E viu Deus que a tristeza era maior. [17h49min]

Um comentário:

Mariel Moura disse...

Se houve um Deus de carne um dia, ele foi essencialmente triste.

Sorte que a tristeza não tem nada a ver com a paz.