quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A inteligência americana era, naquela época, essencialmente, e completamente, maluca.

Livros-reportagem: jornalistas aprendem a lê-los (teoricamente) na faculdade, não sei como funciona com as pessoas normais. Eu conheci esse gênero literário no sexto semestre, acho, com o new journalism de Truman Capote e Gay Talese. Pra quem não sabe, em linhas gerais, é o uso de narrativa romanceada na descrição de fatos reais. Algo como toscamente o Gil Gomes faz no rádio.

Enfim aprendemos a coisa como uma literatura policial, investigativa, cheia de nuances escabrosas e de mistérios. Porém sabemos que a vida pode ser inusitadamente divertida, de tão bizarra. Em Corações Sujos, de Fernando Morais, começamos intrigados com a burrice dos japoneses que não aceitavam que a Segunda Guerra havia acabado. Depois, damos risada com a incompetência do “esquadrão da morte” feito para matar os “infiéis” que duvidavam da vitória nipônica.

É o que acontece neste Os Homens Que Encaravam Cabras, de Jon Ronston. Pra quem gosta de teorias de conspiração (e não acredita nelas, por favor!), é uma diversão só. Não vi ainda o filme baseado nele, portanto falarei apenas sobre o livro.

Aliás nem preciso falar muito. Este parágrafo define a coisa toda:

“Talvez a história seja esta: no final dos anos 70, Jim, traumatizado com a Guerra do Vietnã, buscou emergência no movimento do potencial humano da Califórnia. Ele trouxe suas idéias de volta os Exército, e eles sensibilizaram o alto comando, que jamais havia visto a si próprio como a Nova Era, mas, para quem, em seu desânimo pós-Vietnã, fazia sentido.”

Quem estiver familiarizado, então, com clássicos conspiratórios como MK-ULTRA, Terra-Oca, Controle Mental e afins, vai delirar com militares de alta patente tentando atravessas paredes de quartel e matar cabras com a fonte do pensamento.

Engraçado e perturbador, mostra que a maluquice humana é mesmo ilimitada.

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