Tudo que é antigo fica automaticamente legal. Foram-se os revivals dos anos 80s, chegaram os temidos 90s. Festa aqui, ali e acolá, naquele clima bêbado saudoso de porcarias e ”ai como minha pré-adolescência foi legal.”.
Nada mais chato do que a nostalgia da modernidade. Sei lá, talvez romancistas russos e filmes da nouvelle vague, mas enfim.
“Isso que era música, não essas porcarias de agora!”
Amigo, havia tanta ou mais porcaria. Só que você também era um porcaria, um moleque peidão e virgem que abraçava tudo que a então respeitável MTV lançava como moda. Para cada Cranberries ou Nirvana havia um monte de Lagoa 66, The Nixons e CBJr.
Por que se pintar de emo e usar roupas coloridas é mais vergonhoso do que vestir roupa de flanela em nosso calor tropical ou se entupir de batida de melancia e pogar em Killing In The Name no som mecânico?
Molecada que passou a década vestida de preto e xingando pagode agora se empolga pra ir à balada dançar a "dança da cordinha".
"Se você não se fodeu tirando música de ouvido no rádio, não gravou fitas Basf cheias de locutores falando merda no meio das músicas, nem teve vinis riscados e de prensagem péssima, você não foi feliz."
Porra! Que coisa mais contramão da História.
O público fica véio e bundão... e ainda cobra dos antigos artistas que mantenham a verve. Vai entender.
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