O choro futebolístico preventivo beneficia muita gente.
Beneficia jornalista vagabundo que vive de merchan e caça-clique com programas e mais programas, matérias e mais matérias, com polêmicas vazias e frases de efeito histriônicas.
Beneficia dirigente canalha, que joga fumaça sobre sua má gestão, que cria dívidas, monta elencos ruins, contrata técnicos fracos, e ora luta para não cair, ora pipoca na luta pelo título em momentos críticos.
Beneficia técnico incompetente, que tranfere suas limitações e as de seu elenco, que não faz sua própria parte no campeonato e transfere a culpa para um suposto esquema, que beneficia times que, na verdade, são melhores que o dele - e às vezes o time entra em campo tão pilhado com isso que acaba metendo os pés pelas mãos e perdendo um jogo em que era melhor que o rival.
Por parte de técnicos e dirigentes, o choro futebolístico preventivo tem muitas utilidades sórdidas: além de justificar previamente a derrota, enaltecer eventual vitória [ganhamos mesmo com esquema!] e pressionar a arbitragem para que não apite nada a favor do rival, tem as benesses do esquecimento seletivo típico das previsões furadas – se o rival ganha (o jogo, ou mesmo o título), o esquema está provado, e, se o rival naufraga, o jornalista vagabundo do começo do texto não vai mencionar nada depois, e fica por isso mesmo (e o dirigente ainda pode falar que o esquema acabou porque ele denunciou a tempo).
O choro futebolístico preventivo ilude o torcedor mais ingênuo, sanguíneo, que consome, com pouco ou nenhum senso crítico, essas lágrimas de canalhice que vertem dos três elementos acima, e passa a acreditar que, em vez de criticar os jogadores, técnicos e dirigentes de seu time de coração, o alvo é o time que está liderando (com folga, com autoridade).
E, assim, suas memórias vão sendo construídas, ano após ano, dessa forma distorcida: vendo conspiração a cada erro contra seu time e a favor do rival, e, ao mesmo tempo, ignorando quando seu time é beneficiado e o rival, prejudicado [como é normalíssimo acontecer contra e a favor de todo mundo, ainda mais em um campeonato de pontos-corridos, com 114 pontos em disputa]; desse modo, ele passa a enxergar, aceitar e sai falando por aí que seu time é sempre roubado, é o mais roubado do país, é roubado desde sempre, e que o rival está mancomunado com a Globo, a Fifa, a CBF, os reptilianos e o fantasma do PC Farias.
Quem perde com o choro futebolístico preventivo? O futebol, pois a discussão nunca sai das fossas abissais. Não se discute a sério por que as arbitragens são/estão tão ruins, se é problema só nosso ou do futebol em geral, se é hora de profissisonalizar os árbitros e adotar de vez os recursos eletrônicos. Todos estão muito ocupados – uns faturando com a ingenuidade alheia, outros, os próprios ingênuos, financiando canalhas e incompetents que ajudam a estragar, ano após ano, o futebol (porque eles não gostam de futebol), que vira um negócio em que se discute mais teorias conspiratórias do que lances e esquemas táticos. A witch! A witch!
Beneficia jornalista vagabundo que vive de merchan e caça-clique com programas e mais programas, matérias e mais matérias, com polêmicas vazias e frases de efeito histriônicas.
Beneficia dirigente canalha, que joga fumaça sobre sua má gestão, que cria dívidas, monta elencos ruins, contrata técnicos fracos, e ora luta para não cair, ora pipoca na luta pelo título em momentos críticos.
Beneficia técnico incompetente, que tranfere suas limitações e as de seu elenco, que não faz sua própria parte no campeonato e transfere a culpa para um suposto esquema, que beneficia times que, na verdade, são melhores que o dele - e às vezes o time entra em campo tão pilhado com isso que acaba metendo os pés pelas mãos e perdendo um jogo em que era melhor que o rival.
Por parte de técnicos e dirigentes, o choro futebolístico preventivo tem muitas utilidades sórdidas: além de justificar previamente a derrota, enaltecer eventual vitória [ganhamos mesmo com esquema!] e pressionar a arbitragem para que não apite nada a favor do rival, tem as benesses do esquecimento seletivo típico das previsões furadas – se o rival ganha (o jogo, ou mesmo o título), o esquema está provado, e, se o rival naufraga, o jornalista vagabundo do começo do texto não vai mencionar nada depois, e fica por isso mesmo (e o dirigente ainda pode falar que o esquema acabou porque ele denunciou a tempo).
O choro futebolístico preventivo ilude o torcedor mais ingênuo, sanguíneo, que consome, com pouco ou nenhum senso crítico, essas lágrimas de canalhice que vertem dos três elementos acima, e passa a acreditar que, em vez de criticar os jogadores, técnicos e dirigentes de seu time de coração, o alvo é o time que está liderando (com folga, com autoridade).
E, assim, suas memórias vão sendo construídas, ano após ano, dessa forma distorcida: vendo conspiração a cada erro contra seu time e a favor do rival, e, ao mesmo tempo, ignorando quando seu time é beneficiado e o rival, prejudicado [como é normalíssimo acontecer contra e a favor de todo mundo, ainda mais em um campeonato de pontos-corridos, com 114 pontos em disputa]; desse modo, ele passa a enxergar, aceitar e sai falando por aí que seu time é sempre roubado, é o mais roubado do país, é roubado desde sempre, e que o rival está mancomunado com a Globo, a Fifa, a CBF, os reptilianos e o fantasma do PC Farias.
Quem perde com o choro futebolístico preventivo? O futebol, pois a discussão nunca sai das fossas abissais. Não se discute a sério por que as arbitragens são/estão tão ruins, se é problema só nosso ou do futebol em geral, se é hora de profissisonalizar os árbitros e adotar de vez os recursos eletrônicos. Todos estão muito ocupados – uns faturando com a ingenuidade alheia, outros, os próprios ingênuos, financiando canalhas e incompetents que ajudam a estragar, ano após ano, o futebol (porque eles não gostam de futebol), que vira um negócio em que se discute mais teorias conspiratórias do que lances e esquemas táticos. A witch! A witch!
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