segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Não verás país nenhum.

A terra é uma beleza, o que estraga é essa gente, já dizia o filósofo Roger Moreira; enquanto o governo federal, a despeito da oposição-de-torcida-organizada, da mídia golpista, da classe média “cansadinha” e pasmem, agora até de padres-de-passeata fazendo greve de fome, vem conseguindo constantes avanços, especialmente na área social, incluindo o que talvez será a primeira ação efetiva contra a seca no Nordeste – o que era de se esperar vindo do Lula –, temos que ler coisas de playboys truculentos e marrentos. No primeiro caso temos os típicos ogros que têm grandes bíceps e cérebros inversalmente proporcionais, tendo que resolver todas as questões pessoais e sexuais na base da porrada mesmo; já o menino mimado das tardes de sábado na Globo (de cérebro pequeno e nariz grande), por mais que paparazzo encha o saco mesmo, curiosamente resolve isso na porrada poucos meses depois de reclamar da violência. Sem falar que é engraçado que esses VIPs profissionais, que adoram mostrar a casa e o estilo de vida (credo) na Caras, no Vídeo Show, na Contigo e vão a esses eventos para aparecer e fazer factóides (ou alguém acha que tinha fã do The Police na área reservada aos artistas e demais quase-famosos?), mas se fazem de ofendidinhos quando a imprensa (sic) que eles mesmos alimentam vem lhes cobrar um quinhão. E não é só isso: tivemos o caso do Masp, no qual os caras se aproveitaram da falta de segurança (e/ou da conivência de funcionários) e levaram um Portinari e um Picasso na cara-dura; fico imaginando os dois bandidos andando na Paulista com os quadros debaixo do braço, talvez até parando no ponto de ônibus da Gazeta para pegar a condução. Tivemos a polícia bandida de sempre, corroborando cada vez mais o Rota 66, do Caco Barcelos; eles matam preto pobre, e matam pra valer. Como diria a inefável Regina Duarte, "eu tenho medo". Enfim, podemos ser atrasados em cultura (nunca entendi porque, além do preconceito contra a língua hermana, não somos nem coerentes pra recusar tudo, pois importamos as porcarias descartáveis e ignoramos os graneds artistas deles); mas, sem dúvida, em malandragem e mau-caratismo, temos muito com o que contribuir para o mundo. E para o Natal, nada como uma notícia bem condizente. Jingobéu.

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