quarta-feira, 15 de julho de 2009

Wake up: time to die!

Uma das poucas coisas nas quais Sartre e Freud concordavam era sobre o fato de as relações humanas serem impossíveis, pois, cada um ao seu modo, os sexos idealizavam a si mesmos. Ainda que mais do que a outrem que os completassem, e, por isso, nada se acertava jamais. Estaríamos todos fadados ao fracasso pelo instintivo egoísmo de procurar-nos outros nós mesmos, e não o que nos completasse.

Vou falar sobre suicídio, Sísifo à parte, que é um tema caro (vendido barato) a toda nossa sociedade ocidental. Todo mundo tem medo, receio, tabu justamente por ser um ato que de nunca que as pessoas fazem apostas indevidas umas sobre as outras, e se decepcionam e carregam pessoas inexistentes quando tudo falha. O inferno é a monotonia, por isso todos se arriscam pateticamente em empreitadas fracassadas, como pusessem pular as chamas eternas e justas da condenação. Abismo que atrai sempre outro abismo.

Investimos nas pessoas e elas se matam, como assim? Que fracasso, que ingratidão!

Dói-nos saber e todo o esforço em enquadrar tais pessoas na sociedade fracassou. Por isso transformamos tudo em tabu: quem abdica da própria existência é proscrito, maldito, desdito tampouco merece menção em qualquer sufrágio; aos suicidas, um círculo infernal terrível, sem esperança de redenção, muito menos reabilitação em terra com os pertences e valores deixados. Matar-se e covardia, derrota, desterro. O certo é saber que o certo é certo.

Um comentário:

Regiane Jodas disse...

Nuss... bem isso.
Saudade
Bjo