terça-feira, 15 de dezembro de 2020

The Sound Of Perseverance [II de III]

Depois da primeira parte, com os discos internacionais, vamos à versão latina do Listão do Vanzão 2020.


Abel Ibáñez G [De Vuelta En Casa (EP)]
O mexicano Abel Ibañez G. [ex-Goodnight Japan], vem com um EP composto e gravado durante uma estadia de quatro anos na Austrália. Não temos nada de revolucionário aqui, ‘apenas’ boa voz, bons timbres e belas melodias, com aquela pegada bem característica do pop rock mexicano atual [às vezes o vocal lembra Zoé, o que é sempre salutar], além de letras sobre chegadas e partidas, encontros e despedidas. Tudo bem ¿pop-rock lo-fi melódico? Belíssimo EP.




Cristóbal Briceño [En Mi Rincón]
O prolífico chileno Cristóbal – líder de importantes bandas locais, como Fother Muckers, Ases Falsos e Las Chaquetas Amarillas y Los Castigos, também tem carreira solos de grande qualidade, e neste álbum não é diferente: voz & violão, tudo caseiro, composto e gravado em mais ou menos um mês, durante o começo da pandemia, algo que seria pura autoindulgência no caso de um artista com menos talento. Felizmente, não é o caso: mesmo quando os temas são de incerteza e pesar, a música é simples e leve como a vida precisa ser no momento.
Ouça: Y Cuando Muera




Elsa Y Elmar [Cuatro Veces 10]

Conheci Elsa Y Elmar – nome do projeto musical da colombiana Elsa Carvajal – participando de um [ótimo] disco dos venezuelanos [radicados no México] Los Mesoneros; mas, diferentemente do indie pop daqueles, aqui temos o que ela chama de ‘spiritual pop’: um som delicado, etéreo, ao mesmo tempo redondinho e inesperado. Tudo flui com beleza e leveza, e quase dá pra dançar as suaves canções. No geral é bem ‘radiofônico’, com timbres bem moderninhos, se você não prestar atenção nas texturas. Pois, preste.
Ouça: Fuerte Para Volar



Enjambre [Próximos Prójimos]
Esta banda mexicana sempre teve muita qualidade, porém, se inspirava mais do que o necessário em The Strokes e afins no começo da carreira. Por isso é gratificante ver o quanto os caras vêm crescendo artisticamente, fazendo um pop rock com cada vez mais personalidade – forte, melódico, emotivo. Cheio de músicas sobre o período em que vivemos: fraqueza x força, morte x memória, distância x afeto. Se há obras para desanuviar e melhorar o tempo, este Próximos Prójimos é como uma forte chuva que chega a machucar, mas deixa o tempo limpo depois. Disco do ano.
Ouça: El Derrumbe





TIMØ [Algo Diferente (EP)]

Os colombianos do TIMØ vêm com seu 'tropipop', meio eletrônico, meio acústico, meio pop, meio folk, um som bem latino, porém, sem clichês - a mesma música pode misturar reggaeton e violões ensolarados – que dá pra dançar ou curtir relaxado numa poltrona, o efeito revitalizante é o mesmo. Num ano como este, são absolutamente necessários.
Ouça: Pase Lo Que Pase




Merecem destaque o sempre ótimo pop melancólico do mexicano Hello Seahorse! e duas bandas chilenas: o rockinho agridoce do Los Castigos e o indie-metal? de responsa do Adelaida.



Por hoje é só, pessoal. Daqui a pouco sai a terceira e última etapa [nacional].


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