domingo, 26 de dezembro de 2021

Like a song I have to sing [II de III]



Depois da lista brasileira, vamos ao rol latino de discos que mais curti em 2021.


Como Es [Dorotheo]
Em seu terceiro lançamento de inéditas [em dez anos], este duo de Guadalajara pratica um som psicodélico [em grande parte instrumental] que te circunda sem pressa, em tons de post-rock que resvalam em lisergia nordestina setentista, sem perder o Pink Floyd ’71 de vista. Conecte-se e vá.
Ouça: Caetanave



El Eco De La Nada [Reyno]
Me fui por un camino solo y desierto | Pensaba que era necesario, pero entendí | Que no hay por qué sufrir.” As baladinhas retrô e as letras melancólicas continuam lá, mas este disco de despedida do duo mexicano traz uma tranquilidade, uma paz de quem sabe que o relacionamento foi bom e rendeu bem, mas que é hora de cada um seguir seu caminho – e, de fato, os trabalhos solo de Cristian Jean e Pablo Cantú estão ótimos. Obrigado, Reyno.
Ouça: Abismo



Okay! [Ev]
Y en la ventana la misma vista y todo está bien.” De Medellín, temos Ev, nome artístico de Evelyn Delgado, DJ, produtora e guitarrista de 28 anos, com seu segundo lançamento, um EP do chamado ‘bedroom pop’, com climas pop tranquilos e influência declarada de Elsa y Elmar e Natalia Lafourcade [também vejo um Yorka aqui]. Melhor disco pro recesso.
Ouça: Bien



Recopilatorio [Martina Lluvias]
Após dois EPs na década passada, de tons mais folk, a chilena Martina traz seus pop rock tristonho em formato elétrico, e funciona demais: as guitarras indie/shoegaze são variadas, cheias de sentimento e personalidade, e a cozinha segura a onda, deixando tudo redondo. Uma belíssima surpresa.
Ouça: Cuántas Veces


Sonidos De Karmática Resonancia [Zoé]
Os mexicanos do Zoé são a maior banda da América Latina em muito tempo. E este disco está no nível dos clássicos Reptileletric [2008] e Programáton [2013]
Tem synthpop, baladas típicas do MexPop [inventei agora o termo], os indiezinhos da banda mesmo, com os refrãos personalíssimos de León Larregui; mas o que pega aqui, mais do que em outros discos, são as tintas psicodélicas. Deu num pop rock ao mesmo tempo acessível e sofisticado. Disco do ano, sem qualquer dúvida.
Ouça: Esse Cuadro No Me Pinta




Merecem ser lembrados também dois argentinos: Mateo ‘El Ruso’ Sujatovich [filho do tecladista do Spinetta Jade], com seu projeto Conociendo Rusia, no qual atira pra tudo que é lado em matéria de pop argentino e acerta 100%, e a Carolina Donati, que mistura, também com muito sucesso, indie lo-fi, temas dançandinhos, pop beatle, guitarras marotas e baladas agridoces.


Até logo mais com a parte III, com os discos internacionais.

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