Impressionante como quem mais reclama do trânsito caótico de São Paulo, cada vez pior, é a classe média, que compra carro adicional para ignorar o rodízio e circular todos os dias com todo o conforto, e as empresas de transporte de carga, que vêm trocando caminhões por vans, a fim de burlar as restricões para veículos de carga. Enquanto isso, quem anda de ônibus, trem e metrô, sem conforto, ar-condicionado, música ou dinheiro, já acostumado com tudo isso desde sempre, respira fundo o ar viciado do coletivo abarrotado para se acalmar em mais um dia expremido no ir-e-vir cotidiano da vida alienada.
Impressionante como todo mundo, exceto eu e minha namorada, fuma maconha. A coisa anda tão descarada por toda a parte que é até engraçado tudo isso. Dá-lhe financiamento do crime organizado, já que compram em vez de plantar.
Impressionante como aqueles clássicos velhos xavecadores, mesmo sem a menor chance ou intenção de pegar as menininhas, mandam ver nos vecos mais trash, a fim de talvez provar para eles mesmo que ainda são capazes, que não perderam o jeito para puxar conversa com jovens senhoras ou senhoritas.
Impressionante como os simulacros vêm aumentando de tal forma que até artistas que já vieram ao Brasil, e até sem tanto alarde, causam tanta celeuma e correria para compra de ingressos e destaque na mídia: a bola-da-vez é a Madonna, a qual veio nos 90s fazer playback, na mesma época do Michael Jackson (RIP), e ninguém nem ligou muito – nada como desta vez, assim como foi diferente o U2 '98 e o U2 '06. Don't believe the hype. E quem é fã mesmo se fode pra comprar ingresso e periga nem ver o show por causa dos curiosos de ocasião, massa-de-manobra do showbizz.
Impressionante como eu demoro tanto pra atualizar e escrevo um post ruim como este.
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