Esta semana, por ter ido à balada com o Femônemo, da qual este voltou para a concentração bêbado, atrasado e chiliquento, o diretor técnico do Timão, o ex-jogador Antônio Carlos Zago não agüentou a pressão e pediu demissão. Dei graças a Zeus, afinal nunca quis que esse racista filho-da-puta pusesse os pés no glorioso Parque São Jorge, muito menos dirigisse alguma coisa no meu Sport Club Corinthians Paulista de Glórias Mil.
Assim que a imprensa deixou de achar interessante divulgar o racismo do Antônio Carlos, isso perdeu a importância. Quando ele veio trabalhar no Timão, ano passado, ninguém na imprensa comentou sobre sua procedência, algo imperdoável, ainda mais num meio no qual o racismo vem crescendo.
Não posso esquecer seu passado negro (ops) por, além de isso não ter feito tanto tempo assim (foi em 2006), ele nem pagou pelo crime fora do âmbito futebolístico (pegou apenas 60 dias de suspensão), nem demonstrou arrependimento. Pior: em vez de um mea culpa, veio com o aquele papinho de “vocês me interpretaram mal”. Cazzo, não é mais digno dizer “fiz merda, estava de cabeça quente, foi mal”? Só se desculpou quando acuado pelo Ministério Público.
Enquanto isso, aposto que meio mundo releva tudo isso com base no pensamento popular que cria um dualismo entre o pessoal e o profissional. Sabe aquele lance de “ah, ele é um chefe cuzão, mas como pessoa ele é legal”? Não, ‘tá errado! Se ele é torpe 8h/dia, não pode ser boa pessoa. O caráter de alguém é posto à prova o tempo todo, não só em determinadas circunstâncias. Valores não podem ser relativos (“Vamos ver, sou ser gente-boa com meus amigos e um carrasco com minha família.”). Isso é um afrouxamento estúpido, uma permissão que a sociedade se dá para poder gostar de gente que não presta e poder dormir sem peso na consciência.
Mas o pior de tudo isso é quando dizem “Mas fulano, enquanto pessoa”... ah, e enquanto latinha de cerveja, enquanto mula-sem-cabeça, enquanto batata-doce, ele é o quê? Quando ele deixa de ser uma pessoa?
Hmmm... talvez quando seja racista, né.
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