sábado, 26 de novembro de 2011

Só sei que, ao redor, tudo era silêncio e treva.

[Final de 2010]

Sonhei que estava num terreno baldio bem extenso, com mais uma pessoa, quando começamos a ouvir uma voz sombria repetir inexoravelmente “qualquer dia é sexta-feira, qualquer hora é meia-noite”, quando veio correndo, do horizonte para a nossa direção, uma criatura monstruosa, quimérica, com partes de lobo, demônio e outros bichos. Começamos a correr em fuga, pulando arbustos, muretas e arames, até que essa pessoa que estava comigo e foi apanhada. Eu, covarde, para não morrer, comecei a entoar o coro maldito também. Apareceram então os caras da minha banda e mais uns amigos, e íamos fazer um show, acho. Um dos caras falava muito sobre nós, quando chegamos numa parte do terreno em que havia uma espécie de muro de vidro, com vários negros e três mulheres com roupas africanas, fossem de uma tribo ou dançarinas típicas. Elas pegaram nas minhas mãos, ficaram esfregando os dedos nos meus enquanto me faziam girar numa ciranda ao som de outro cântico estranho, com um nome que parecia ser de dança tribal. Deixei-me levar e enlevar, até perceber que meus dedos estavam inchadíssimos, grudados, queimados e grudados. Doíam demais! – e como eu iria fazer o tal show? Um dos meus amigos foi procurar ajuda no que parecia ser a praça central da cidade, mas eu só pensava em um bebedouro para molhar aquelas queimaduras. Então lavei aquelas mãos deformadas e desci escadas obscuras para não sei onde.

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