quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Crepúsculo dos ídolos

Parece que artistas não sabem mesmo usar a internet; nisso estão no mesmo nível dos jogadores de futebol. Talvez porque ambos sempre tenham vivido uma relação distante com os fãs (e detratores), uma coisa eles-lá-e-eu-aqui.

Enquanto no futebol os boleiros-tuiteiros falam bobagens diárias, e depois precisam apagar os posts (rezando pra que ninguém tenha dado printscreen), dar desculpas esfarrapadas ou ficar se explicando pelo resto da carreira, os artistas, de quem, geralmente, se espera um pouco mais de esclarecimento e visão, estão na mesma toada – dir-se-ia pior, já que esses deveriam estar muito mais acostumados a todas as mídias.

Pois a coisa vem degringolando com as redes sociais. Se antes o que havia era artista consagrado como o Scott Ian, do Anthrax (que devia dar graças à net por alguém ainda lembrar-se dele), reclamando dos downloads “ilegais” ou gente ingrata que fez carreira na web e agora fala mal dela, como a Lilly Allen, agora a onda é queimar o próprio filme geral, mostrar que é realmente um babaca quando não está no palco ou na tevê (tá, alguns são babacas também lá, mas você entendeu).

Temos as categorias:

palpiteiro (Marcelo Tas, Edu Falaschi, Luiz Ceará, Tico Santa Cruz): esse artista-jornalista-apresentador-whatever acha que o mundo não pode girar em paz sem seus opúsculos virtuais de sabedoria, geralmente repletos de ressentimento tolo e pouca educação; pouco importa se ele é jornalista de esportes, vai comentar até sobre o colisor de hádrons na coluna dele.

malcriado (Luana Piovani, Roger Moreira, Marcos Kleine [quem?]): esse se adaptou mal, muito mal, à era em que qualquer pessoa pode criticá-lo diretamente, ou mesmo fazer um chiste. Claro que, se o cara é ofendido com @ e tudo, tem todo o direito de se ofender e se defender. Porém esses supracitados não só reclamam e “dão carteirada” (“eu faço sucesso”, “faz melhor“, “pelo menos já cheguei lá [err, aonde]?”), como às vezes xingam mesmo a qualquer menção a ele, por um narcisista pero inseguro search com o próprio nome ativado no TweetDeck.

jurássico (90% dos artistas): esse se limita a retuitar mídias em que ele aparece, ou dizer “indo pro show” e “a estreia foi legal”. Zero de interesse geral ou interação com os fãs (ou com a realidade); não sei que parte de “social” ele não entendeu.

A impressão que se tem é que, contaminados pelos mimos de puxa-sacos, empresários/patrões desde sempre, além da pouca opção de mídia de outrora (sem net ou TV a cabo), eles estão perdendo o bonde, enquanto artistas mais espertos estão evoluindo e adaptando suas carreiras a essa realidade inevitável em que o artista precisa entender melhor sua figura pública, seus fãs e sua relevância.

6 comentários:

Selise disse...

É, você não merece falar nem comigo nem com meu anjo... Pffff

Anônimo disse...

Ora, ora, quanta sabedoria! Alguém que está na vanguarda da internet: tem um blog! No que vc difere do palpiteiro?
Quanto a minha categoria, tão superficialmente analisada, sim, eu sou malcriado. Isso porque aprendi desde cedo a não levar desaforo pra casa. Muito antes de ser um "artista" e muito antes da internet. E também falo na cara, não tem uma foto do Robert de Niro no meu perfil. Mas faço muito mais do que isso, nem 1% dos meus seguidores (no caso, cerca de 1.200 pessoas) me segue para me ver reclamar. Faça uma pesquisinha. Mesmo que seja superficial como sua análise.
Mas faltou (no mínimo) vc incluir sua própria categoria: a do vampiro louco por atenção. Aquele que, na falta de uma personalidade cativante procura chamar a atenção criticando anonimamente os outros.
Agora, não vá dar de malcriado agora, hein? ou já estará encaixado em 3 categorias...
E como vc não parece saber onde é "lá" (que surpresa!), deixa eu te dar uma dica: é fora do Twitter, no mundo real, e inclui uma série de realizações pessoais. Prestígio, respeito, conforto, dinheiro, amor. etc, etc. Não é pra qualquer um.
Mas, dando uma olhada no release de sua banda, entendo seu rancor:
"O grupo valoriza a densidade de suas composições, remetendo a diferentes momentos do rock nacional, passando por Tropicalismo, Clube da Esquina e pós-punk. Mais do que um grupo de amigos-músicos, Bresser é atitude própria. Faz pensar e diverte. Tire suas próprias conclusões."
É, já tirei a minha. Vc é um babaca.

Anônimo disse...

"Quem" digo eu! Vc é sósia do De Niro? Analista de personalidade via twitter? Blogueiro em 2011? Moderno hein!
Cria uma categoria ai pra vc.
Hater!

Fábio Vanzo disse...

Acima, C.Q.D.

:)

Anônimo disse...

ahaha, q recibo lindo passado pelo ROJER

Anônimo disse...

Ui, o Roger babaca subiu nas tamancas pra vir xingar, parece que cutucaram em uma ferida recalcada de nosso roqueiro fracassado!!