segunda-feira, 7 de abril de 2008

Eternidades da semana

Só eu estou de saco cheio da punhetação com a história dessa Isabela, o João Hélio da vez? Só eu me irrito com a morbidez disfarçada de falsa indignação que a imprensa oferece e a população devora? Só eu acho que, por mais tosca que a história seja, os pais não deviam ser linchados previamente? E essa morbidez irracional, esse verniz de civilização que descasca por qualquer coisa, mostra que, nas pesquisas, o apoio à pena de morte sempre cresce consideravelmente após esses casos que abalam a opinião pública (leia-se classe média)?

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Só eu acho que o Brasil, em vez de injetar a cifra-recorde de R$ 1.192.976.259,27 na delegação olímpica rumo a Pequim, devia colocar-se no seu lugar de país furreca e, em vez de mandar delegações enormes, maiores que a dos EUA, com equipes que vão do críquete ao tipo-ao-pato, só para passar vergonha e tomar três eliminações por dia de competições fazer como o Quênia, por exemplo, que só manda os corredores fundistas, pois é o que tem chance de medalha?

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Ta certo, todos já estamos acostumados com a Catanhêde, o FHC (e todos os seus ex-ministros-bogus) e seu bogus-escada oficial, o Gaudêncio, falando de como o Governo Lula é feio, malvado e cabeça-de-melão, e ah-que-saudade-eles-têm-da-aurora-do-tucanismo; mas pô, podiam disfarçar, né. A Folha e o Estão estão passando da conta: colunas de Daniel Piza, Ferreira Gullar, Danuza Leão, João Ubaldo e Bárbara Gancia, todos eles em cadernos de entretenimento (leia-se, normalmente, futilidades), descendo, invarialmelmente, a lenha no Lula. Menos, né, pessoal.

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Aliás eu até guardei um texto de algumas semanas atrás para mostrar o baixíssimo nível dos nossos (?) colunistas – e ainda querem abolir a obrigatoriedade do diploma jornalístico. Vejamos o toscão (mas até bem intencionado, apesar da burrice) Antonio Ermírio de Morais comentando a relação rendimento escolar versus Bolsa-Família. Brilhante! Como é para assinantes, faço questão de publicar o artigo inteiro.

São Paulo, domingo, 16 de março de 2008

ANTÔNIO ERMÍRIO DE MORAES

Educação e Bolsa Família

OS RESULTADOS de uma pesquisa recente, publicados pelo Estado, foram muito preocupantes. Eles dizem que os filhos dos que recebem Bolsa Família estão abandonando a escola precocemente ("Abandono escolar cresce entre dependentes do Bolsa Família", 9/3/08). Foi a pior notícia que li nos últimos tempos. Nada é mais urgente neste país do que uma boa educação.

O pioneiro Bolsa Escola, criado pelo ex-prefeito de Campinas José Roberto Magalhães Teixeira, na década 90, foi um grande achado, porque introduziu um sistema de reciprocidade que deu como resultado a redução da evasão escolar: a família recebia um reforço de renda com o compromisso de manter seus filhos na escola e com bom aproveitamento.

O então governador Cristovam Buarque introduziu o sistema na capital federal, e o presidente Fernando Henrique ampliou-o para todo o Brasil. Foi um sucesso. O programa ganhou a atenção internacional. A reciprocidade era o cerne daquela ação.
Na pesquisa apresentada pelo Estado, a taxa de evasão escolar dos que recebem Bolsa Família cresceu entre 2002 e 2005. Em alguns casos, a taxa mais do que dobrou. Isso é grave, muito grave. O que está havendo? Os controles afrouxaram? A reciprocidade acabou? O valor da ajuda se deteriorou?

O Bolsa Família paga R$ 58 por família e mais R$ 18 por filhos entre 0 e 15 anos nas situações familiares em que a renda per capita é inferior a R$ 60. Após os 15 anos, o filho deixa de receber a sua parcela.

Na referida pesquisa, alguns professores afirmaram que muitos dos seus alunos só estão na escola por causa daquela ajuda. Assim que completam os 15 anos, vão embora.

O Ipea indica também que a evasão mais alta é dos adolescentes mais velhos, o que levou o Ministério da Educação a estender o reforço de renda até os 17 anos.

Com isso, o pagamento máximo para uma família subirá dos atuais R$ 112 para R$ 172, desde que ela mantenha na escola os seus filhos entre 15 e 17 anos.

Se esse é o problema, tudo indica que o Brasil precisará ir aumentando o benefício do Bolsa Família para atingir seus objetivos. De um lado, a referida extensão tranqüiliza, porque manteremos os brasileiros na escola por mais tempo. De outro, preocupa, porque muitos ficarão na escola só para receber essa ajuda.

Por isso, precisamos saber qual é o desempenho real dos alunos mais velhos mantidos com o Bolsa Família. Esse dado é essencial para saber o valor do programa nos dias de hoje.


Perceberam a burrice? Na cabeça dele, o Bolsa-Família é culpado pelo desinteresse das crianças pela escola, sem atentar ao fato de que, desde sempre, crianças pobres vão à escola só para comer. A anta não percebe que o problema não é a ajuda do governo, e sim a incompetência do MEC em criar uma grade curricular que mantenha os alunos interessados nas aulas, e não só na ajuda financeira-alimentícia.

2 comentários:

Unknown disse...

ele burro
vc gênio
=)
amo

majv disse...

quase lavo as maos e compro passagens para a venezuela. o qu que passa na cabeça dessas pesoas?

e essa...putaria da mídia de ficar tacando pedra no caso 'da menina isabela' enquanto tem tanta gente que morre de fome, ou uma criança mesmo que morre viciada em crack. de gente hipócrita o brasil tá cheio, mas podiam pelo menos fingir que se importam com coisas mais reais. =/