O Estado de FHC, quero dizer de São Paulo, pra disfarçar um pouco, trouxe, em vez do Farol de Alexandria, o Pedro Malan – pluralismo é isso aí – ao lado do já conhecido e nefasto Gaudêncio Torquato. Mas desconfio que haja uma escola para tucanos escreverem mal, ou que sejam todos bogus do FHC mesmo. Além do conteúdo previsível (o primeiro fala que bom-mesmo-era-no-tempo-deles, o segundo gasta a coluna inteira para falar... do PSDB em-si). Efeagá precisa disfarçar melhor que é tudo escrito por ele. Mas seu estilo é inconfundível: a abundância de clichês, lugares-comuns, reducionismos e vícios de linguagem é assustadora.
Pedro Malan compara o discurso governista, nesta ordem, aos estratagemas de Schopenhauer em Como Vencer Um Debate Sem Ter Razão, à propaganda política de Goebbels e ainda faz a famosa citação de quem não leu Sartre não sabe o contexto da frase (“O Inferno são os outros”). Deprimente.
Já Gaudêncio começa praticamente um imortal da ABL (do naipe de Paulo Coelho, Arnaldo Niskier, Ivo Pitanguy, Roberto Campos (Rest In Hell) e José Sarney: "Que há alguma coisa no ar do País fora os aviões da Força Aérea e os tucanos [epa] da Força Aérea, há muito já sabemos". Depois ele me sai comparando o Programa Territórios da Cidadania assim: “após fechar a porteira, o estilo providencial do mandatário cuida de ajustar o apito dos condutores de rebanho”. Fabuloso, hein? Só faltou usar o incrível termo mainardiano “bovino”.
Não satisfeito, ele encerra “com chave-de-ouro” (ah ah ah), justificando o título supercriativo de sua coluna, dizendo que Lula “prepara o cardápio presidencial dos anos que virão” justamente “enchendo o meio do prato e comendo pelas bordas.”
É ou não é de fazer sangrar o nariz?
Já na Folha de José Serra, digo de São Pulo, Clóvis Rossi, como sempre, reclama de tudo que possa se relacionar à esquerda, com ou sem razão. Élio Gaspari é uma grata surpresa, sempre, criticando ou elogiando as coisas e pessoas de forma relativamente independente. Embora Alckmin seja invariavelmente escrachado por lá (por ser “inimigo” do Presidente Eleito), e de às vezes nunca um petista escrever um artigo genérico sem muita relação com o próprio governo (vai entender), lá também os tucanos recalcado insistem em deixar a História para tentar entrar na vida. Walter Feldman (porra, mais um tucano!) segue a cartilha de FHC e seus bogus, dizendo que “o PSDB é uma instituição consolidada, enraizada nos municípios brasileiros como paradigma de bom governo. Na conjuntura nacional, vivenciamos nos últimos anos a experiência do papel de oposição a um governo que se apropriou de soluções que havíamos criado na economia e na área social. O que está dando certo no Brasil é legado nosso, embora o governo não o reconheça”. Então ta, né.
E a Eliane Catanhêde (sim, ela mesma), coitada, com seu texto de pré-vestibulando, sem nenhum brilho, nenhum estilo, nenhum atrativo, nada que pudesse, por mérito, alçá-la de repórter comum a colunista de área nobre do jornal, é café-com-leite.
Nenhum comentário:
Postar um comentário