terça-feira, 4 de março de 2008

Eternidades da semana

Só eu não estou nem aí pra sucessão de Fidel (não vai acontecer nada), nem pras bravatas do Chávez (não vai fazer nada), nem pras prévias eleitorais americanas (não vai mudar nada)? Acho que é um novo tipo de patrulha ideológica: antigamente, você sabia ou não sabia das coisas; como hoje, pelo menos pra classe média, o acesso à informação é fácil, todo mundo quer palpitar, tomar partido, e pior, querer que todos também o façam.

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Só eu acho revoltante que imigrantes que vieram fugidos pra cá há mais de cinqüenta anos não falem português e ajam como se estivesse na amada pátria que eles renegaram e que os renegou?

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“Na cultura, chegamos à ditadura do proletariado que Marx queria ver na economia e felizmente não aconteceu. As vozes mais irresponsáveis, mais barulhentas e agressivas estão erodindo a autoridade do jornalismo tradicional. Quando todos têm o mesmo direito de falar, acaba a discordância. É o igualitarismo antidemocrático. Vivemos um clima de hostilidade ao mérito e ao talento que destaca certas pessoas. Acesso não tem nada a ver com democracia, é um grito de guerra do consumidor. Mas quem fala sobre isto é acusado de elitista.”

É, elitista eu não sei, mas de idiota eu acuso o crítico cultural Lee Siegel sem medo de errar. Claro que há a opção de um monte de palermas que nem ele, só que anônimos, divulgarem suas bobagens cheias de achismos; por outro lado é a primeira vez na História em que não somos mais reféns da grande mídia. PHA, Azenha e Nassif não me deixam mentir. Pensou ficar dependendo dos bogus do FHC para se informar?

Ficaríamos com a voz oficial do tucanismo, que diz que o PCC (que, coincidentemente, nasceu, cresceu, engordou e dominou a casa nos 12 anos de PSDB no Governo do Estado) está dominado, que não tem mais problema.

Pra encerrar, as palavras do padre José Benedito Simão, da Brasilândia (Zona Norte) ameaçado de morte (assim como o subprefeito da região).

“Onde o Estado não marca presença, as pessoas buscam outros tipos de organização. Antes da presença deles (PCC) nos presídios, a vida dos presos era muito difícil. Eles se organizaram e conseguiram colocar um pouco de ordem nos presídios. Dói no coração depender de um regime violento para ter ordem. É o que acontece também nas nossas favelas. A assistência que o crime dá, do leite à criança ao gás para a mulher, conquista o respaldo da população, infelizmente. Uma mulher cuja filha está sendo ameaçada, a polícia não toma atitude, o chefão traficante acaba resolvendo o problema dela.”

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